Divino disfarçado de humano

Que divindade poderia ser atribuída a um homem? Como chamar de divino Deus aquele que veio a semelhança dos homens, sendo descendente de Davi, tendo as mesmas características do ser humano, sendo igual a eles? Como poderíamos falar de divindade em alguém que foi chamado de último Adão pelo Apóstolo Paulo em 1 Cor 15:54? Como um homem nascido de mulher ( Gal 4:4 ) poderia ser divino?

As pessoas que não acreditam que Jesus era  um homem,  estão erradas. É necessário acrescentar que Jesus não era um homem comum, ou seja, um pecador.  Ele era um homem único,  era o Filho de Deus. No entanto, em um sentido muito real, ele era um homem e não o Deus de Abraão, Isaque e Jacó em pessoa.

Os cristãos que definem Jesus como Deus quando aqui andou, discretamente insinuam ter sido ele um ser místico, um avatar ou um guru. Acreditem ou não, mas  podemos encontrar milhões de pessoas, seja nas fileiras do protestantismo, do catolicismo ou qualquer outro ismo, acreditando piamente que  Jesus foi um ser divino que baixou na criança gerada no ventre de Maria. Eles não confessam as intenções nestas palavras, mas a descrição que fazem de como Jesus veio parar neste mundo não esconde o misticismo em seus extensos discursos escritos.

A ortodoxia cristã não pode ser excluída da responsabilidade na deturpação do Jesus histórico. Munida de um imenso arsenal deixado pelos grandes concílios do passado, ela tem  insinuado de forma camuflada que Jesus,  quando aqui  andou, era um astro, um ser do outro mundo, Deus encarnado num corpo, o poderoso homem que veio do céu, o  Super Homem disfarçado de Clark Kent. Aqueles que conhecem bem o estudo da cristologia advindo da nossa velha ortodoxia, sabem  muito bem das  manobras que fazem para deturpar o sentido de divindade.

Infelizmente os  cristãos da nossa geração tem uma visão de Jesus como tinham àqueles que vieram de uma origem grega ou romana, que  acreditavam que o termo “filho de Deus” significava uma encarnação de um deus ou alguém nascido de uma união física entre os deuses masculinos e femininos. Isso pode ser visto em Atos 14: 11-13, onde lemos que, quando Paulo e Barnabé pregaram em uma cidade da Turquia, os pagãos afirmavam que eles foram a encarnação de deuses. A Barnabé chamavam o deus romano Zeus, e Paulo, o deus romano Hermes.

Para muitos cristãos, Deus teve de assumir a forma humana para compreender a tentação e o sofrimento humano, mas o conceito não se baseia em quaisquer palavras claras de Jesus. Em contraste, Deus não precisa ser tentado e sofrer, a fim de ser capaz de compreender e perdoar os pecados do homem, ou mesmo para ficar sabendo como sofrem ou o que sofrem, porque Ele é o Criador do homem e onisciente. Deus não enviou seu amado Filho por esse motivo, como se querendo saber que sentimento tem os humanos debaixo da servidão e opressão. Isso está expresso em Êxodo 3:7,

E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores“.

Muitos cristãos afirmam que no nascimento de Jesus ocorreu o milagre da encarnação de Deus na forma de um ser humano. Dizer que Deus se tornou verdadeiramente um ser humano convida a uma série de perguntas. Vamos perguntar o seguinte sobre o homem-Deus Jesus. O que aconteceu com seu prepúcio após sua circuncisão (Lucas 2:21)? Será que desapareceu quando ele tornou-se adulto se manifestando como [um] Deus?  Durante sua vida, o que aconteceu com seu cabelo, unhas e sangue derramado de feridas? As células de seu corpo morreriam como nos seres humanos comuns? Se o seu corpo não funcionou de uma forma verdadeiramente humana, ele não poderia ser verdadeiramente humano, mas verdadeiramente Deus, o que não foi o caso. Assim, se o seu corpo funcionou exatamente de um modo humano, isso anularia qualquer alegação de divindade. Seria impossível para qualquer parte de Deus, mesmo se encarnado, ser submetido ao que Jesus foi submetido  e ainda ser considerado Deus. A verdade é que,  Jesus no seu corpo sofreu as sequelas da decadência humana durante sua vida aqui, logo, ele não poderia ser Deus. Infelizmente muitos acreditam, mesmo com o testemunho das Escrituras apresentando Jesus como um ser humano normal, que  ele não foi submetido a essa ‘decadência’ concluindo que ele era  verdadeiramente [um] Deus. Por esse motivo, temos hoje o ensino mais difundido dentro da cristandade: Jesus foi o  Deus Todo-Poderoso em forma humana.

Compare isso com estas palavras do ex-bispo de Woolwich, Dr. Robinson, em seu livro, “Juro por Deus”, em uma passagem em que ele estava explicando como a  maioria dos cristãos vêem Jesus:

Jesus não era um homem nascido e criado, ele era Deus por um período limitado participando de uma farsa. Ele parecia um homem, mas por baixo era Deus vestido – como o Pai Noel

No entanto, como ensina as Escrituras, sabemos que Ele   nasceu com o mesmo tipo de identidade humana que Adão e Eva tinham quando foram criados.

1 João 4: 2 declara,  “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”.

Jesus era o descendente biológico de Maria 

Maria não foi uma “incubadora” para gerar uma “carne divina” . Ela não se limitou a levar Cristo, mas ela concebeu Cristo em seu ventre (Lucas 1:31). O anjo não disse: “Maria, você vai produzir um corpo de carne para uma pessoa divina  vir e viver dentro dele“. Ele disse: “Você vai conceber… e terás um filho“. Estas palavras tiveram, obviamente, a intenção de ser entendidas  literalmente. Elas descrevem o começo de uma nova vida humana – não a vinda à Terra de uma pessoa divina para habitar dentro de um corpo humano.

As Escrituras identificam Maria como mãe de Jesus (Mateus 1:18, 2:11 e Lucas 2:34, 43, 48, 51). Os anjos especificamente  identificaram ela como a verdadeira mãe de Jesus (Mateus 2:13, 19-20).  A palavra  mãe  não pode ser aplicada a uma mera incubadora.  Exige uma relação biológica.  Jesus  foi “feito de uma mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4).

É necessário também lembrar que Maria foi gerada como foram todos os outros seres humanos. Ela veio a existência através de uma relação sexual entre seus pais biológicos. Portanto, a família do Senhor Jesus – que para muitos era o próprio Deus – não era pequena. Quem poderia conceber a ideia absurda de que Deus teve parentes? As Escrituras falam de seus primos. Deus também teve uma tia, pois a irmã de sua mãe é citada nas Escrituras. Assim, Deus era sobrinho da outra Maria. Ele, Deus, exercia uma profissão, era  carpinteiro nascido numa  pequena vila chamada Belém tendo sido  criado na cidade de NAZARÉ. E acreditem: Deus foi circuncidado ao oitavo dia de nascido (Lc 2:21), como também foi levado ao deserto para ser tentando pelo diabo (Mat 4:1). Estes são os absurdos que encontramos nas Escrituras quando substituímos o nome de Jesus pelo nome de Deus. Absurdos estes, que de tão escandalosos, não param por aqui. Observe o leitor quem são os incluídos na  família de Davi

Luc 2:4 E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi). A mesma procedência do Cristo nascido da mulher Maria: João 7:42, Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi? Jesus era tão humano e descendente de humanos como era José.

E a você, caro amigo leitor, para que não fique distraído pelos erros que a ortodoxia cristã nos legou, e tente aceitá-los como genuínos, deixo aqui mais uma passagem que poderia gerar um absurdo escandaloso quando trocamos o nome de Jesus pelo nome de Deus. Observe,

LIVRO da geração de Deus, filho de Davi, filho de Abraão”, Mateus 1:1.

O que lhe parece?

Acredito que não há necessidade de  comentários.

Jesus era descendente Biológico de Abraão e Davi

Jesus era o Filho de Deus, e, como sua posição foi para ser o salvador dos homens, era necessário que ele fosse um homem, não um ser imortal, uma divindade cósmica. Ele foi a semente da mulher, a semente de   Abraão, a semente de Davi e “descendência” de Davi. (Ver Gênesis 3:15, João 7:42;  Atos 13:23, Romanos 1:3, Gálatas 3:16, 2 Timóteo 2:8, Hebreus 2:16, Apocalipse 22:16). Jesus  era um israelita natural da mesma forma como Paulo  (Ver Romanos 9:3-5), sendo também  fruto dos lombos de Davi segundo a carne (Atos 2:30).

Tanto no hebraico como no grego a palavra traduzida como   “Semente” na Bíblia se refere principalmente à prole biológica de homens e mulheres, e apenas  secundariamente podem ser aplicadas como uma metáfora para a prole espiritual.

O próprio Jesus identificou os judeus, mesmo  aqueles que tentaram matá-lo, como sendo descendentes de Abraão (João 8:37).  Maria compreendeu a descendência de Abraão para incluir “os pais”, a quem as promessas de Deus foram feitas (Lucas 1:55).   Pedro compreendeu que os homens de Israel “foram as sementes de convênio”  (Atos 3:12, 25).  Paulo escreveu sobre “todas as sementes”, demonstrando que a palavra se aplica a todos os crentes bem como todos os descendentes físicos de Abraão (Romanos 4:16, 9:29).  Paulo incluiu a muitas  nações que vieram da descendência de Abraão na semente da qual falou Deus (Romanos 4:18;  11:1; II Coríntios 11:22).  Além disso, Paulo ampliou o alcance da palavra “semente” para incluir todos os  que viriam a ser os crentes em Cristo como a descendência espiritual de Abraão e os filhos de  Deus (Romanos 9:7-8, Gálatas 3:29).

Assim, a Escritura ensina claramente que Jesus Cristo estava biologicamente e  geneticamente relacionado com Adão, Abraão, Isaac, Jacó, Judá e Davi, através de Eva e a  Virgem Maria, sua mãe.

Houve uma mudança no corpo de Cristo na Sua ressurreição

Antes de Sua ressurreição, Jesus  tinha um corpo capaz de sofrimento, morte e decadência, mas, na Sua ressurreição Seu  corpo foi alterado para ser incorruptível (incapaz de decadência) e imortal (incapaz de morte),

Sabendo que, tendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre mais, a morte não mais tem domínio  sobre ele” (Romanos 6:9).

Davi profetizou de Cristo, “Tu não deixarás a minha alma no inferno:  nem tu permitirás que o teu Santo veja a corrupção” (Salmo 16:10). Pedro   explicou que esta profecia se cumpriu pela ressurreição de Cristo: “Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção” (Atos 2:31).  Da mesma forma, Paulo citou o mesmo versículo de Salmos, afirmando que Cristo  foi ressuscitado dentre os mortos para “agora não mais tornar à corrupção” (Atos 13:34-35).  Segundo  a esta profecia, aplicado por ambos, Pedro e Paulo, o corpo de Cristo teria deteriorado se não fosse o milagre da ressurreição.

Em Sua ressurreição, Cristo é “as primícias dos que dormem” (I Coríntios 15:20).  Através de Cristo veio “a ressurreição dos mortos” (I Coríntios 15:21).  I Coríntios 15:42-44  explica o que acontece na ressurreição dos mortos,

 “… Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual“.

Nossa ressurreição será igual a dele e nos dará um corpo como o dele.  Em ambos os casos,  “ressurreição” refere-se ao mesmo processo, de modo que a ressurreição de Cristo fez-lhe “as primícias dos crentes”. Observe o que ele diz em I Coríntios  15:50-53,

E digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus;  nem a corrupção herda a incorrupção.  Eis que lhes mostro um mistério: nem todos  dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta, pois  a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.  Para que  isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revista da imortalidade“.  E João acrescenta,

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser,  mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é “(I  João 3:2).

Em suma, a Bíblia revela que a humanidade de Cristo teve por se qualificar para a exaltação e  glorificação, que ocorreu por Sua morte, ressurreição e ascensão.  (Ver Sl 2:7 com Atos  13:32-24; Salmos 110:1-3 com Efésios 1:19-23, Salmo 110:4 com Hebreus 5:1-11; Isaías  28:16 com I Pedro 2:6-8, João 7:39, 17:1; Atos 2:33, 3:13, 4:10-12, 5:31, Romanos 1:3-4;  Filipenses 2:5-11.)

Se Jesus Cristo não fosse verdadeiramente humano, com potencial humano cheio de sofrimento,  experiência, a obediência, crescimento e transformação, estes textos não teriam sentido quando   eles falam dele como se tornou perfeito através do sofrimento e ser exaltado pela ressurreição.  Se o Seu corpo não tinha nenhum relacionamento biológico ou genético com outros seres humanos, se Ele fosse “divino na  carne “ou isento de fragilidade humana, tais qualificações não teriam sentido,  porque uma divindade não precisa se qualificar para a glorificação, exaltação, ou qualquer papel que Ele escolha  tomar  nos assuntos de sua criação. Somente quando reconhecemos Jesus como um verdadeiro ser humano, que descende através de humanos, é que  podemos entender estas declarações.

Para se ter uma ideia mais clara do que eu disse até o presente momento, basta observar como dois versículos do Livro de Hebreus denunciam de forma escancarada a visão errônea que milhões de cristãos tem do Senhor Jesus. São dois contextos importantíssimos que reforçam os argumentos aqui apresentados.

Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hebreus 5:8, 9).

Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles” (Hebreus 2:10).

Mais uma vez, é claro que há algo muito errado com a ideia popular que Jesus era um ser divino vestido de um corpo humano. Você consegue imaginar alguém que aprende “obediência através daquilo que sofreu” ser cheio de divindade? Em outras palavras, você pode imaginar uma pessoa divina ser “aperfeiçoada através do sofrimento”?

Claro que não. Temos aqui a descrição de um homem de verdade construindo um personagem perfeito, camada sobre camada.

Não podemos aceitar qualquer  doutrina que defende uma divindade corruptível que divorcia Jesus Cristo de uma biológica  relação genética para a humanidade. Não podemos aceitar a ideia básica de que a humanidade e divindade estavam inseparavelmente unidas na pessoa de Cristo quando ele aqui andou. Assim, Cristo foi  uma pessoa  em todos os sentidos.  Jesus “foi  Deus” manifesto na carne, não de Deus por um residente ou encarnação, mas por identidade e representação.

As relações genéticas de Cristo com a humanidade foi herdado  de  sua mãe, Maria.  Ele é, assim, parte da raça humana, o descendente biológico de Adão e Eva,  Abraão e Davi, e qualificado para reconciliar humanos pecadores com Deus.   A doutrina da carne divina ou “carne celestial” de Cristo,  definido como a negação de que Jesus Cristo era biológica ou geneticamente relacionado à humanidade  através de Maria, sua mãe, é biblicamente falso.

Jesus Cristo não era um meio homem, sendo um semideus, uma segunda pessoa na  Trindade, uma pessoa divina temporariamente destituído de alguns atributos divinos, a transmutação do  Deus em carne, a manifestação de uma parte de Deus, a animação de um corpo humano por Deus. Não, Jesus era realmente um homem, um verdadeiro ser humano.

Jesus não foi uma entidade

Muitos acreditam que Jesus foi um homem com um corpo divino, o que seria dizer: homem com carne divina. Isto não está de acordo com a divindade de Cristo. A divindade de Jesus esta ligada a sua autoridade espiritual, que o envolve na missão para a qual, só Ele, foi o escolhido, salvar a humanidade, o que fez como homem, e não como um Deus, ou o próprio Deus, literalmente. A interpretação de divindade herdada da ortodoxia cristã sobre a pessoa de Jesus parece estar ligada a divindade da carne, o que não passa de heresia, pois transforma o cristão  numa pessoa que tem uma fé baseada em conhecimento místico e experimental do divino nos objetos e corpos mortos e pessoas vivas, o que é mais parecido com um gnosticismo misturado com misticismo do que o Cristianismo do Novo Testamento, e é uma característica de todas as religiões místicas.

A divindade que eles exigem esta ligada para além deste mundo, uma definição de divindade que ultrapassa as mais altas nuvens, cheia de espiritualismo, que acabou criando uma onda de misticismo envolvendo a pessoa de Jesus de Nazaré. Ou seja, diante da exigência espiritual temporal, que transformaram Jesus em um ser, que é uma herança da interpretação católica, descobre-se que o Jesus histórico  desapareceu por completo, dando lugar a figura de um fantasma que se manifestou entre os homens – transformaram Jesus numa entidade que baixou na terra entrando dentro do corpo de um bebe. Jesus foi confundido com uma coisa do outro mundo!

Isso tudo nos impulsiona inevitavelmente para os criadores de divindades, o catolicismo romano. O romanismo, quando menciona a divindade de Jesus, logo posiciona a mãe na frente do filho que ela gerou. Assim, transformaram Maria numa figura esplendidamente embelezada e revestida com roupagem doutrinaria católica; não a Maria bíblica, a judia  e mãe, mas sim a divindade que tomou impulso por causa da suposta virgindade, o que explicaria o título de santíssima, pois é esse o único motivo que reforça seu título: a sua virgindade que a transformou em divindade. Isso pode ser notado pela ênfase  dada a pessoa de Maria, considerando-a não humana, o que, provavelmente os levem a pensar que a natureza dos deuses tenha criado nela o desinteresse pelo o que é terreno e carnal, dando a Maria o poder da abstinência, da pureza sexual, que por fim fez dela a milagrosa,  divina, pura e imaculada.

O catolicismo visualiza Maria como alguém que não foi gerado como foram os outros seres humanos, o que supostamente criou nela uma blindagem que a protegia do lado impuro humano. Associaram a figura de Jesus à figura da mãe, transformando-o numa coisa, onde numa metade dele morava Deus mesmo e na outra metade um homem diferente dos humanos. Por isso uma não pequena parte de cristãos acredita  que Deus movia e animava o corpo de Jesus. Um engano, pois a  divindade de Jesus esta ligada a sua missão que gerou sua obediência, fazendo dele um homem casto não por exigência religiosa de deuses internos e externos, mas sim por amor a Deus, dedicação e posição – bem diferente da divindade exigida pelo catolicismo  e pela ortodoxia protestante. Ao contrário de que muitos pensam, Jesus e Maria não são duas criaturas de outro mundo disfarçadas de seres humanos.

Por fim, e resumindo em poucas palavras o que  registro até aqui, quero dizer que o catolicismo romano e a ortodoxia protestante geraram o suficiente para que suspeitemos de seu ensino sobre divindade de Jesus. Quando tentam definir o que é divindade, em se  tratando da pessoa de Jesus e sua mãe, estão simplesmente interpretando como se eles fossem duas entidades. Eles transformaram o Salvador e a virgem  em entidades que desceram a terra. Isso faz com que eles adentrem aos porões do diviníssimo misterioso oculto, o que é um perigo – isso é espiritismo. Jesus não foi um espírito que baixou na terra! E mesmo que Ele tenha sido gerado de uma maneira totalmente incrível, ele foi, sem duvida, 100% homem, um nascido de mulher (Gal 4:4).

Uma consideração sobre “Divino disfarçado de humano”

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